Participação da equipa João Mexia/Nuno Machado no Rali Rainha Santa 2013


Desta custou mais a escrever a crónica do Rally da Rainha Santa, mas como os compromissos são para se cumprir, não podia faltar ao que recentemente assumi com a minha equipa do coração, a Associação Académica de Coimbra e a sua Secção de Desportos Motorizados. Este ano, por vários motivos, tivemos uma lista de inscritos mais reduzida. Em minha opinião tal ficou a dever-se à opção por deixar a prova fora da classic cup, ao excesso de provas que este ano se realizaram, e sem duvida a crise que também afastou alguns espanhóis. Como só contam os que cá estavam, a luta pela vitória estava centrada nos 3 primeiros carros, pois as características do Rainha Santa, implica mais do que em qualquer outra prova, que a equipa esteja muito treinada, que possua um carro com “cavalos” e que o andamento imposto seja mais forte que o habitual. E como se veio a verificar, quem de três tira dois, só sobra um, e esse foi o Brilhante vencedor Paulo Marques / João Martins, vingando a prova do ano passado.
Os parabéns também para a Ana e para a Magda, que fizeram o resultado possível atendendo às limitações do Golf, mesmo assim colocaram em respeito muitos carros com bem mais cavalos. E destacar também o regresso aos lugares cimeiros do Cipriano Antunes, que desde que o seu filho se afastou, nunca mais tinha conseguido um navegador à altura do seu potencial. Uma palavra também para a organização, uma vez mais ao nível do que nos habituou e que continua, ano após ano, a inventar no meio da serra percursos seletivos e variados. Quanto à nossa prova, foi quase como o ditado “escreveu-se direito por linhas tortas”. Depois da derrota do ano passado, motivada por um relógio chinês, a minha expetativa era de dar continuidade às quarto anteriores vitórias, pelo desde inicio tentei concentra-me para não ter de correr atrás do prejuízo. E a prova começou realmente de feição, e com o bom resultado na Pec 5, a famosa Gramaça, passar o João Vieira Borges e beneficiando da anulação “providencial” da pec 6 chegar a Oliveira do Hospital no primeiro lugar da classificação. Realmente esta Pec 6, as famosas rampas de Oliveira, onde em anos anteriores tinha começado a cimentar as nossas vitórias, este ano iam deitando tudo a perder. Um equivoco dentro do nosso carro, deixou-nos literalmente sem a hora da prova, pelo que arrancamos “às cegas”. Com a expetativa de nos recolocar-mos no tempo de prova quando chega-se o primeiro controle, este nunca apareceu, pelo que passamos ao seguinte que também não estava, pelo que ficamos literalmente a andar “à vela”. Para ajudar à festa, restou-nos guiar-nos pelo carro nº 1 e segui-lo 30 segundos depois. Para cumulo do azar, o João Vieira Borges fica sem travões e começa tal como nós a andar “à vela”, só no inicio da ultima subida é que nos recolocamos no tempo, mas também ai os controles primaram pela ausência. Conclusão, se não tem sido este erro da organização, que muito bem anulou a prova, as nossas chances tinham acabado logo aqui. Quanto aos factos ocorridos dentro da nossa viatura, eles vão ser tratados internamente pelos serviços competentes para apurar responsabilidades…… As chances não acabaram aqui, mas acabaram logo depois de almoço. Depois de salvos pelo gong, começamos a tarde a reforçar a liderança coma segunda passagem pelas rampas, onde mais uma vez faltaram controles. Mas tal como disse antes, “Deus escreve direito por linhas tortas” e na ligação para a pec 8 uma ligação elétrica defeituosa, pura e simplesmente desligou as bombas de gasolina. Depois de alguns minutos, e de ainda ter de empurra o carro para voltar a funcionar, pois a bateria esgotou-se em tantas tentativas de arranque, o porsche lá funcionou, mas o atraso já era irremediável. Como mais a frente com o mau piso as bombas deixaram outra vez de funcionar, encostamos numa sobrinha, por sinal junto a uma praia fluvial com um barzinho de apoio. Estava, pensávamos nós, acabada a prova. Sentados na esplanada a beber umas cervejinhas e vimos passar os últimos concorrentes. Voltados a Coimbra, passamos perto de Arganil, onde sabíamos que estava a barraquinha de apoio à entrada do Monte Alto. Um desvio e lá estávamos nós a “lanchar”. Como o carro já andava, o bichinho falou mais alto, e propus ao Nuno fazermos apenas a rampa. Assim fizemos. Só que chegados ao outro lado fomos surpreendidos pelo abandono do líder da prova, João Vieira Borges, com um braço de suspensão partido. Estava assim acabada a luta pela vitória, e o Paulo Marques só tinha de controlar a vantagem que na altura já tinha sobre a Guida. Como todos os caminhos vão dar a Coimbra, tanto fazia vir pelo IP3 como vir a divertirmo-nos pela prova. E com a animação que ganhámos ao lanche, não nos ficamos pela rampa seguimos em prova até ao fim. Como quando se faz a prova descontraidamente, a prova corre melhor, até ao final ainda ganhámos mais 4 pec´s Mas o resultado já não interessava e ao fim de 8 anos voltamos a ficar fora do podium no “nosso “ Rally da Rainha Santa. Agora resta-nos esperar pelo Rally da Lousã, para afastar estes dois últimos desaires, motivados pelos dois carros que usamos. Mas no caso da “Bomba Negra” não lhe podemos levar a mal, pois já nos levou às vitórias vezes sem conta, algum dia tinha de nos pregar uma partida destas…. Venha o próximo. JML

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